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Panzer Paladin - 2020

Olhando agora para trás, o mundo parecia mais simples antes. Quando observamos um jogo feito Panzer Paladin, temos certeza disso no momento em que nos transportamos para o passado, aquele sábado de manhã em que não tínhamos que correr para o colégio, mas sim para o nosso video game e definir o que iríamos finalizar. 


Panzer Paladin certamente seria um desses jogos de Super Nintendo que adoraríamos finalizar, ou até mesmo de Sega Saturno ou Playstation 1. Todo modelado nos clássicos 8-bit, encontramos aqui um indie com alma e referências a tudo que curtíamos nos anos 90 vindo do japão, uma protagonista feminina forte de cabelos longos azuis, um grupo com cientistas e militares prontos para salvar a terra de uma ameaça cósmica.

Uma abertura dimensional e monstros armados com facas, espadas, bestas e machados estão espalhados pelos quatro cantos do mundo, aqui encontramos uma referência a possibilidade de escolha de mapa e vilão, algo que Megaman sempre trabalhou muito bem, o que fazia com que o jogo fosse não-linear como tantos outros de plataforma.

Observar um jogo desses em pleno 2023 é entender de uma vez por todas o terreno de consumo e quem realmente tem dinheiro para gastar ainda hoje em um jogo, seja na mídia física ou digital. Apenas o apelo da nostalgia faria de Panzer Paladin uma boa pedida, primeiro pelas referências que ele traz, citadas anteriormente e acabei esquecendo a maior de todas: robô gigante.

Robô gigante foi uma febre entre os anos 90-2000 com diversos jogos e desenhos animados nesse sentido, sendo encabeçado por estruturas de jogos em 2D como Front Mission, Assault Suit Leynos, 
Faselei!, Armored Warriors, Armored Core V, Gundam Wing e o clássico e fabuloso Metal Warriors.

Todos estes jogos marcaram a infância e adolescência de todos nós entre essas duas décadas, do Super Nintendo, passando por Mega Drive chegando até o Playstation 1, 2 e PC. Então era notório que todas essas referências aliadas aos desenhos animados e mangás como Patlabor, The Vision of Escaflowne e Tank Police tivessem um apelo considerável quando vimos no jogo a personagem principal comandando seu mecha e destruindo monstros com uma espada gigante.

Com tudo isso, como o público iria receber um jogo em 2020 com jeitinho de 1998? Da melhor maneira possível, é claro. No controle da agente de resgate de androides Flame, você entrará em ação dentro do robô paladino Grit entre pulos, socos, escapadas e um escudo para derrotar monstros e boss. Com todos estes elementos, fiquei refletido sobre a velocidade com que algumas coisas foram sendo transformadas, na tentativa, claro de algo 'melhor', mas será que divertido?

Em meio a E-Football 2024 e EA FC 2024 com gráficos e bugs será que um PES 6 e um FIFA 2012 não eram melhores e mais divertidos? Panzer Paladin me fazer lembrar ao final das contas que nem sempre gráficos são o sinônimo de diversão.



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